Utilização do avião oficial para seguidas viagens a Mossoró; assinatura de vários convênios com a Prefeitura Municipal; inauguração de obras do governo do Estado ao lado da candidata por ela apoiada e manipulação dos veículos de comunicação local. A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tem 10 dias para explicar todas essas denúncias de uso da máquina governistas em benefício à prefeita mossoroense Cláudia Regina (DEM) e o vice, Wellington Filho (PMDB), e evitar que os dois tenham seus diplomas cassados, também, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RN).
Isso porque já está com o juiz do TRE, Verlano Medeiros, um recurso contra expedição do diploma (RCED), movido pelos advogados da candidata Larissa Rosado (PSB), derrotada no pleito de Mossoró. A ação tem, basicamente, o mesmo conteúdo que o juiz Herval Sampaio, da 33ª zona eleitoral, teve em suas mãos para determinar a cassação da prefeita e do vice mossoroenses. Além de Rosalba Ciarlini, a Prefeitura de Mossoró, a Infraero (devido à utilização do avião do Governo do Estado) e até os veículos de comunicação mossoroenses têm explicações a dar ao Tribunal e também o mesmo prazo – a partir da data de notificação.
No despacho publicado no Diário da Justiça desta quinta-feira, Verlano Medeiros solicita que seja intimado o Governo do Estado, por intermédio da governadora Rosalba Ciarlini, para que seja encaminhada uma série de explicações referentes as denúncias elaboradoras pelos advogados de Larissa Rosado (deputada estadual do PSB que perdeu as eleições para Cláudia Regina), que são os autores do recurso contra expedição do diploma (RCED), que foi direto para o TRE antes mesmo de haver a condenação na chamada primeira instância. Porém, só agora o processo foi distribuído e teve seu primeiro despacho proferido.
Entre essas solicitações que deverão ser respondidas pela governadora, está, por exemplo, o plano de voo do avião oficial do Governo do Estado. Baseado em informações do jornalista mossoroense Carlos Santos, a aeronave que só deveria voar para cumprimento de compromissos oficiais da governadora teria pousado quase 60 vezes em solo mossoroense na reta final da campanha na cidade. Isso seria um indício claro de que houve uso da máquina pública estadual em favorecimento a Cláudia Regina e Wellington Filho, chapa apoiada por Rosalba.
Como forma de esclarecimento, o que os advogados de Larissa Rosado fizeram no RCED foi exatamente o mesmo que o Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio da promotora eleitoral Ana Ximenes, já tinha feito com as representações que o órgão havia ingressado contra a prefeita eleita também na primeira instância. Para quem não lembra, em novembro, Ana Ximenes, em parceria com outra promotora eleitoral, Karine Crispim, ingressou com sete representações contra os dois eleitos em Mossoró, denunciando-os por compra de votos, abuso de poder econômico e abuso de poder político.
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